A embaixadora do The CMOs Marketers, Júlia Vidigal Munhoz, é a nova CMO da 49 educação, ecossistema completo para desenvolver super founders e acelerar a jornada de crescimento de startups first-stage.
Com mais de 10 anos de experiência no mercado de tecnologia, Júlia compartilhou conosco sua trajetória profissional e seus conselhos para quem também deseja se tornar Chief Marketing Officer – CMO.
A entrevista marca o início da série CMOs Reais, casos de sucesso de alunos e membros da comunidade The CMOs Marketers que alcançaram êxito em suas carreiras, atingindo posições estratégicas no mundo do marketing.
“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve” — com essas palavras, extraídas do clássico de Lewis Carroll, em “Alice no País das Maravilhas” (1865), Júlia aponta para a importância de traçar rumos na carreira com objetivos claros.
Ela também fala sobre aprendizado constante e a importância de saber priorizar para crescer. “O que você está disposto a arriscar ou abrir mão pra chegar lá?”
Confira a seguir um pouco da estrada percorrida por Júlia Munhoz, embaixadora do The CMOs Marketers. Inspire-se!
Fale um pouco sobre sua trajetória e um breve resumo do seu histórico profissional
Sou a Júlia Vidigal Munhoz, estou como Diretora de Marketing na 49 educação e embaixadora do The CMOs Marketers, a maior comunidade de líderes de Marketing do Brasil.
Tenho mais de 10 anos de experiência no mercado de tecnologia, atuando com marketing, cursos digitais, eventos e jornada do cliente online/ offline com foco em geração de demanda e posicionamento de marca para públicos B2B/ B2B2C.
Já fiz parte dos times da Zurich Airport Brasil, mobLee, Imaginarium, Grupo RBS, Uatt?, Intelbras e PariPassu.
Como foi a sua virada de carreira para CMO – Chief Marketing Officer?
Foi um processo natural, pois sempre tive uma grande paixão por marketing e comunicação. Ao longo dos anos, fui adquirindo experiência e conhecimento na área, assumindo posições de liderança e foi acontecendo aos poucos. Não vou mentir, dá medo. Mas é aquela velha história: “vai assim mesmo”. Dá um frio na barriga assumir riscos e novos desafios, mas é uma sensação muito boa.
Parece clichê, mas acredito que a chave para essa transição foi a dedicação em aprender e crescer constantemente, além de fazer parte de comunidades de líderes de marketing, como o The CMOs Marketers, onde pude trocar experiências e conhecimentos valiosos. Na verdade, essa troca foi fundamental.
Todos sabem que as mulheres enfrentam desafios no mercado de trabalho, principalmente em áreas dominadas por homens. Estar ao lado de pessoas que querem mudar esse cenário nos dá forças para mostrar a nossa competência em grupo, para sermos notadas e valorizadas como profissionais talentosas, ainda mais quando falamos sobre assuntos “polêmicos” no mercado de trabalho, como o desejo de algumas mulheres de serem mães, sem romantizar. E eu estou falando de apenas uma das lutas, mas temos diversas que precisamos e devemos lutar. Isso foi um divisor de águas para mim. Tenho muito orgulho disso!
Quais eram suas expectativas de carreira até então, e como você tem conseguido alcançá-las?
Nem sempre foi tão “claro” para mim onde eu poderia chegar, mas eu sabia que queria ir longe.
Durante minha carreira, tive algumas dúvidas sobre qual caminho seguir e onde eu me encaixaria melhor. Mas, além dos líderes incríveis que tive na vida, as outras lideranças que conheci no The CMOs Marketers e em outras comunidades me ajudaram a encontrar algumas respostas e a saber me questionar. Também fiz algumas mentorias para entender como poderia entregar mais resultado e valor. Isso me ajudou a me compreender melhor.
E uma coisa que sempre fiz muito foi estudar. Fiz MBA, mestrado, cursos técnicos… Até gastronomia por hobbie eu fiz! Eu nunca fico parada, nesse ponto.
O último curso que comecei foi o Road to CMO e, sem dúvidas, foi um dos grandes precursores para me sentir realmente preparada para assumir esse novo desafio, deixando a síndrome de impostora de lado. Tanto as aulas e os frameworks, quanto as pessoas incríveis que conheci nas formações, fizeram a diferença na minha trajetória.
Estou feliz por ter alcançado minhas metas até agora, mas nunca falamos sobre tudo que abrimos mão pra estar aqui.
Às vezes a gente precisa parar e analisar o que deixamos de lado ou abrimos mão para priorizar a carreira, ver se é realmente isso o que nos faz feliz. Confesso que sempre estive ao lado de pessoas que apoiam essa jornada, que muitas vezes é solitária, e impulsionam o ecossistema para ir ainda mais longe. Isso é o que me dá forças pra seguir em frente!
Como tem sido seus primeiros dias como CMO? Desafios e realizações da transição
Meus primeiros dias como CMO têm sido muito desafiadores, mas também muito gratificantes. Estou trabalhando em projetos muito interessantes e estou animada para ver os resultados que conseguiremos alcançar.
Uma das maiores realizações da transição tem sido poder liderar um time de marketing super talentoso, além de ter mais autonomia para tomar decisões estratégicas e impactar positivamente todo o ecossistema de startups first-stage.
Mas é claro que não é fácil. Nunca é! Os desafios são diários, como compreender as necessidades de um novo mercado e as expectativas dos novos clientes. Principalmente para quem trabalha com marketing, que é basicamente precisar se adaptar todos os dias. Confesso que essa é a parte que mais amo: ter que prever diversos cenários.
Em resumo, estou amando o novo desafio!
Que conselho você daria para quem quer se tornar um CMO?
Saber onde quer chegar já é um grande passo na direção certa. Como escreveu Lewis Carroll, “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.
O caminho não é fácil, eu não acredito em sorte. Eu acredito que a gente cria as nossas próprias oportunidades e é preciso ter em mente tudo o que você vai ter que deixar de lado para alcançar seus objetivos. O que você está disposto a arriscar ou abrir mão pra chegar lá?
Não importa se você for devagar, o importante é não desanimar com as dificuldades que vão aparecer. E olha, vão aparecer inúmeras…
Como disse Mike Tyson: “todo mundo tem um plano até levar um soco na boca”. Então mude, adapte-se, troque de estratégia e não desanime. Não arranje desculpas se esse é o seu maior sonho. Mas também tenha em mente que você vai abrir mão de muitas coisas que são importantes para você para conseguir. E tudo bem!
Construa as oportunidades e esteja sempre em constante aprendizado e crescimento. Esteja pronto para tomar decisões difíceis e estar sempre na zona de desconforto.
Nesse processo, é fundamental estar ao lado de pessoas com dificuldades, ambições e visões complementares à sua, pois isso acelera o desenvolvimento. Isso foi o que me manteve sã na maioria das vezes.
Estar ao lado de outras mulheres fortaleceu a minha confiança em mim, empoderou-me e me inspirou para entender onde eu conseguiria chegar.
E é claro, não esquecer das suas raízes e daqueles que sempre estarão ao seu lado, como família e amigos. Quem torce por você e que te faz lembrar que você vai chegar lá, principalmente nos dias em que você não acredita nisso.
Por isso, indico que faça cursos, participe de eventos e comunidades que agreguem para seus objetivos e causas.
A força é maior quando estamos juntos!